28 março 2008

música

Sinto as mãos a suar, estou impaciente. Estes momentos dão cabo de mim.
Já são horas, as pessoas já assobiam, a massa está nervosa.
Os dez minutos antes do concerto custam mais a passar que os 10 anos anteriores.

Há estados de êxtase que só a música proporciona. Há músicas que superam o estado humano, existem momentos de comunhão entre o palco e a massa. Notas que sabe bem ouvir de olhos fechados no meio da multidão.

Ver a sala completamente cheia ajuda a um estado de euforia contida. A visão da massa vista do balcão apenas dá vontade de saltar e mergulhar. Sentir a intensidade a todos os níveis.

A música toca-me, vibra em mim, enche-me.

Respondo com um sorriso de olhos fechados ao arrepio que ela me provoca.

O tempo pára em momentos destes. Somos alguém diferente durante estes momentos, alguém mais puro, alguém melhor.


[março 2008]

uma daquelas noites perfeitas

Há dias perfeitos como diz o Lou Reed.
Também há noites perfeitas. De todos os feitios, para todos os gostos; à vontade do freguês.


Ontem foi uma noite perfeita.
Uma combinação de factores que há muito não acontecia.
A estrada, as palavras (ditas e por dizer), o silêncio, a música, os sorrisos, o olhar e a chuva.

Gosto de saber que em noites perfeitas as minhas imperfeições, os erros e as inseguranças estão sempre presentes; faz-me ter a certeza que as noites são reais, e não apenas fruto da minha imaginação.


É incrível a sensação de andar com um sorriso parvo estampado na cara e sentir a chuva a tocar a pele.
Adoro a sensação das gotas a descer a cara, do toque frio da chuva no pescoço.
Abriste, muito levemente, as mãos ao céu e sentiste à tua maneira aquela chuva.
Não consegui dizer nada naquele instante. Acho que era um momento para o silêncio.




Ontem foi uma daquelas noites perfeitas, com a companhia perfeita.

Obrigado.


[março 2008]

23 março 2008

un día

"quizas un dia volveremos a vernos."

si, stela bella, quizas un día....
y un día muy cercano quizá...

17 março 2008

medo

a cada dia que passa a curiosidade começa a deixar entrar o medo.
o brilho da tua estrela atrai-me cada vez mais. mas sinto que se transforma numa nova espiral minha.
caminho na direcção em que te escondes, de sorriso na cara, aparentemente sem medo.
mas tenho medo que a frase "
now that i've met you, you would object to never see each other again
" tenha que surgir...

[março 2008]