18 agosto 2007

estrela(s) cadente(s)

ironia ou coincidência... porque não ambas?...
quando já te julgava desaparecida, extinta do meu mundo, apareceste como és, numa noite tua, de estrelas cadentes.
numa noite de olhos postos no céu, a mais bonita estrela falou bem perto da terra.
assim és, uma estrela cadente, uma (mais) bonita estrela cadente.
por momentos esqueci-me de quem eras, e assumi que te tinhas extinto do meu mundo. estrela cadente que és, apenas passas por mim aleatória e raramente.
mas quando passas deixas um sorriso em mim, e um calor, tranquilo e recomfortante que só tu tens.
e eu, engano-me dizendo que és uma estrela que posso olhar todas as noites...
mas de facto és uma estrela porque sempre que os nossos olhares se cruzam, em mim fica sempre algo teu.
porque tu, estrela cadente, és uma das minhas estrelas.

[agosto 2007]

noites de verão

estranhas são as noite de verão.
no habital retorno a casa por ruas e vielas, pessoas deslocadas percorrem os mesmo caminhos.
as horas marcam o meio da caminhada até ao amanhecer, horário de sistemáticas personagens nestes calçadas.
menos no verão. dezenas de novas personagens saltam de casa, das suas rotinas estudantis e trabalhadoras, e por momentos conhecem uma parte da cidade que desconhecem.
a cidade na hora que as pedras da calçada, iluminadas pela lua, falam com os noctívagos. a hora em que as pessoas falam e as outras ouvem abraçadas pelo recomfortante silêncio da cidade. em que as estrelas caminham a passo com os solitários que deambulam ou simplesmente regressam a casa. hora das cumplicidades dos amigos e dos amantes.
estranhas são as noites de verão, onde o (o habitual) equilíbrio é quebrado, por novas pessoas, por
novos sorrisos...
novas noites traz o verão.

[julho 2007]